Drogas - Como Compreender? O Que Fazer?Valdomiro Halvei Barcellos PORQUE AS DROGAS? É necessário distinguir entre o uso voluntário e
involuntário de certos produtos. Assim: o uso da cola de sapateiro pelo
menino de rua; e, o acidentalmente, pelo próprio sapateiro.
Este último exemplo relaciona - se à poluição química ou ambiental,
onde certos produtos tóxicos perigosos podem ser absorvidos pela respiração,
pele, etc. É o caso, ainda, do fumante passivo. Mas não se costuma considerar
tais situações como consumo de drogas.
Outra distinção importante diz respeito ao uso ou abuso de drogas. É possível
usar certas drogas sem abusar delas, dependendo da quantidade: FUMO,
ÁLCOOL, MEDICAMENTOS. Estas drogas são consideradas legais ou lícitas.
Quanto as drogas ilegais ou ilícitas, todo uso, de acordo com a lei corresponde
a abuso: MACONHA, COCAÍNA, LSD...
A terceira categoria diz respeito às drogas desviadas do seu uso habitual, em
particular: inalantes (COLA, GASOLINA, BENZINA, ÉTER, LOLÓ, ETC.).
As pessoas costumam invocar vários motivos para usar drogas ou abusar
delas:
- estimular;
- acalmar;
- ficar acordado ou dormir
- emagrecer ou engordar;
- esquecer ou memorizar;
- fugir ou enfrentar;
- inebriar;
- inspirar;
- fortalecer;
- sentir prazer;
- aliviar dores, tensões, angústias, depressões;
- agüentar situações difíceis, privações carências;
- encontrar novas sensações, novas satisfações;
- curiosidade;
- força do hábito
- ritual;
- dependência.
Como se vê, as pessoas recorrem à droga por razões muito diversas, às vezes
até contraditórias. Em nossa sociedade há razões que são legítimas (aliviar a
dor), mas mesmo assim podem levar ao abuso. Em outros casos, a legitimidade
serve mais como pretexto(o álcool serve para divertir, mas também para
embriagar). O uso de drogas legais, no entanto, nunca pode ser considerado
como legitimado. Mesmo com drogas aceitas, toleradas ou até incentivadas
pela sociedade é possível chegar ao abuso.
Sempre que se abusa de uma droga chega - se a DEPENDÊNCIA. Eis o perigo
de toda a droga, seja medicamento, álcool ou outra substância química.
Todas as drogas são potenciaLmente tóxicas e podem produzir intoxicações.
O seu grau dependerá da intensidade do uso.Quanto mais intenso for o uso
maior será a intoxicação e a DEPENDÊNCIA.
PORQUE AS PESSOAS ABUSAM DAS DROGAS?
Muitas pessoas abusam de drogas, mesmo sabendo do perigo que correm.
Eis algumas razões deste comportamento de risco:
- hábito;
- inconsciência;
- ritual;
- reflexo;
- teimosia;
- contestação ou oposição;
- desafio;
- transgressão, desobediência;
- FUGA;
- insaciabilidade;
- prazer mórbido;
- tendência à autodestruição;
- impulso incontrolável.
- 0bssessão.
As razões ou pretextos invocados são muitos, mas todos têm algo em comum
FUGA DIANTE DAS DIFICULDADES SOCIAIS, FAMILIARES OU PESSOAIS. O
abuso de drogas representa o beco sem saída, provocando danos físicos,
morais e sociais. Leva aos poucos ao isolamento, à marginalização, à
decadência ou delinqüência e mesmo à morte.
O abuso implica processo de autodestruição, que pode ter êxito fatal, se
não for possível interrompe - lo. A pessoa que se torna dependente raramente
tem consciência, razão pela qual precisa de ajuda:
- aprender a resistir à tentação do consumo contínuo;
- entender as dificuldades diante das quais tentou fugir;
- conseguir ressocialização.
QUAIS SÃO AS DROGAS MAIS USADAS NO BRASIL?
Drogas nada mais são do que substâncias químicas. As psicotrópicas têm
efeitos sobre o sistema nervoso central, promovendo alterações no ânimo,
nas sensações e nas percepções.
Podem ser extraídas de plantas ou produzidas artificialmente em laboratórios,
geralmente imitando uma molécula encontrada na natureza ou transferindo - ª
Por exemplo: o ópio,
cuja substância ativa é a morfina, é extraída da papo0ula. Já a heroína, um
derivado do ópio, é obtida trabalhando - se quimicamente a substância original
Drogas são introduzidas no organismo dd várias maneiras. Podem ser inaladas, comidas ou bebidas, fumadas, aspiradas ou injetadas. A via de administração influenciará nos
efeitos.
Três tipos de efeitos podem ser observados quando se usam drogas:
a pessoa fica alerta, atenta, com tendência a falar mais e mais rápido.
Sente - se animada, bem disposta e momentaneamente m,ais apta a realizar
coisas tidas como difíceis ou desgastantes. Este é o efeito chamado
estimulante. Na gíria, se dia que as pessoas ficam LIGADAS;
a pessoa fica mais relaxada e calma, podendo até, conforme a dose,
sentir - se sonolenta e mole. Seus movimentos ficam mais lentos e ela
reage pouco aos estímulos. Este efeito é mais chamado de depressor.
Pode se referir a ele com outras palavras - sedação, grogue, dopado, etc--.
Como a atuação fica co0mprometida a memória também fica alterada;
a pessoa passa a perceber as coisas deformadas, muito coloridas, grandes
ou pequenas, distorcidas.Seus pensamentos podem ficar parecidos com as
imagens dos sonhos, bizarros e sem nexo aparente. É o efeito perturbador
do sistema nervoso central que se manifesta principalmente em sua atividade
perceptiva. Estas drogas são também chamadas de alucinógenas. Seus
usuários costumam descrever esta experiência como VIAGEM, enquanto a
percepção distorcida é chamada de VISUAL. Quando um jovem diz que está
DOIDÃO, refere - se a este tipo de efeito.
Pois bem, a estes três tipos básicos de efeitos correspondem três classes
distintas de drogas:DEPRESSORAS, ESTIMULANTES E PERTURBASDORAS
(OU ALUCINÓGENAS). Agora, vamos examinar cada classe, detalhando as
características de cada droga, seus efeitos e a conseqüência do seu uso
inadequado.
CATEGORIAS DE DROGAS- DEPRESSORAS:bebidas alcoólicas; calmantes;codeína;barbitúricos;
- inalantes;
- ESTIMULADORAS:anfetamina; cocaína; cafeína;
- ALUCINANTES: maconha; ácido lisérgico; ayahuasca; cogumelo;
DROGAS DEPERESSORASAs drogas depressoras são assim chamadas por diminuir e
deprimir a atividade geral do cérebro. O uso de tais drogas
deixa a pessoa sedada, relaxada, mole. Um dos efeitos de drogas
depressoras que ocorre junto com sedação é vivenciado como capacidade
de desligar - se dos problemas. Assim a pessoa sente - se mais à vontade em
situações penosas.
Quando a pessoa por este motivo, tende a manifestar mais abertamente seus
sentimentos o fenômeno é chamado de desinibição. Por exemplo: se alguém
está com raiva, ao usar drogas deste tipo, pode tornar - se violento em função
da liberação de impulsos agressivos reprimidos.
Há ainda drogas depressoras de uso corriqueiro: bebidas alcoólicas,
medicamentos calmantes (tranqüilizantes ou ansiolíticos), xaropes e
medicamentos com codeína(um derivado do ópio), aqueles que contêm
barbitúricos(soníferos), anticonvulsivantes e analgésicos). Por último,
substâncias voláteis como o "cheirinho da loló" e a cola de sapateiro, que
são usadas como inalantes.
DROGA- NOMES MAIS USADOS
- VIA DE ADMINISTRAÇÃO
- USO MÉDICO
- DEPENDÊNCIA
ALCOOL- Birita, mé,pinga, loirinha, goro,cana, etc.
- Oral
- não tem
- Psíquica e física
CALMANTES- Bolinha, bola, diazepan, valium, somalium, lorax,
- Oral, intramuscular, endovenosa
- Ansiolíticos,indutor do sono,relaxante,
- Psíquica e física
BARBITÚRICOS- Bolinha, bola, gardenal, tonopan, optalion
- Oral
- Anestésico, anticonvulsivante
- Psíquica e física
OPIÁCIOS (CODEÍNA)- Boi, panpenyl, eritós,tussilex,
- Oral
- Antitussígeno (xaropes), antiespasmódicos,
- Psíquica e física.
INALANTES- Loló, cheirinho, lança perfume, carpex, cola de sapateiro,0
- Inalação
- Não tem
Psíquica
BEBIDAS ALCOOLICASComo se sabe o uso de bebidas alcoólicas é tolerado em nossa sociedade.
Elas são geralmente produzidas e comercializadas. Mesmo assim, o abuso de
álcool leva milhares de pessoas aos hospitais, seja para fazer desintoxicação,
seja para tratar complicados estados físicos (cirrose hepática, neurite,
gastrite).
O efeito desinibidor é facilmente obtido com bebidas alcoólicas.
Por isso elas são tão usadas em reuniões sociais. Num uso mais intenso
pode favorecer atitudes impulsivas ou levar aa perda de consciência
(coma alcoólico).
O uso crônico de doses altas leva ao desenvolvimento de dependência física.
A suspensão abrupta pode desencadear a síndrome de abstinência, deixando a
pessoa confusa e com visões assustadoras. Há também tremores,
desregulação da temperatura corporal e convulsões. Dependendo da
gravidade, estes sintomas podem levar até a morte. O quadro de
abstinência completamente instalado é conhecido como delírium tremens.
CALMANTES (ansiolíticos ou tranqüilizantes)As substâncias mais usadas como calmantes, hoje em dia, são derivadas do
diazepan. Este e seus derivados (os benzodiazepínicos) são usados como
medicamentos para controlar a ansiedade, sendo assim chamados de
ansiolíticos.
É compreensível que pessoas em estado de nervosismo súbito e intenso
possam beneficiar - se de tais substâncias numa intervenção médica. Tornar -
se perigoso, porém, recorrer a elas por qualquer problema, seja ele emocional
ou social. Calmantes deste tipo, em uso prolongado e com doses altas, podem
levar à
dependência psíquica e física.
Apesar dos ansiolíticos serem drogas lícitas, o uso inadequado, sem
acompanhamento médico, pode ser perigoso. Estatísticas mostram que eles
estão hoje entre os mais vendidos no mundo.
XAROPES E MEDICAMENTOS COM CODEÍNAComo já foi dito a codeína é extraída do ópio, assim como a morfina.
A codeína entra na fórmula de vários medicamentos e xaropes por causa de
suas propriedades no combate à tosse e a espasmos dolorosos (cólicas).
Além destas, ela induz efeitos mais ligados ao funcionamento psíquico:
sonolência, lentidão, diminuição geral das reações aos estímulos, inclusive à
dor, sensação de leveza, de euforia, etc.
Os xaropes mais usados atualmente pelos jovens com a finalidade de adição
são o éritos e o tussiflex. Recentemente, sua venda foi regulamentada pelo
governo e submetida a receita médica. A venda sem receita constitui infração,
mas ainda é muito comum.
O uso contínuo e abusivo destas substâncias leva ao desenvolvimento de
dependência física, além da psíquica e tolerância. Assim, o indivíduo passa a
aumentar as doses para obter o efeito desejado, facilitando a convulsão.
MEDICAMENTOS COM BARBITÚRICOSAntes dos já citados bonzodiapezínicos, os barbitúricos eram as substâncias
mais usadas para induzir o sono e tranqüilizar. Como era comum a ocorrência
de "overdoses" (coma por superdosagem), principal.mente em tentativas de
suicídio, seu uso foi abandonado à medida que foram produzidas substâncias
mais seguras neste aspecto.
Atualmente os barbitúricos são usados em anestesia e como anticonvulsivantes (antiepilépticos,ex.:Gardenal). Alguns medicamentos analgésicos, porém,
mantêm barbitúricos em suas fórmulas, pois a depressão do sistema nervoso
ajuda a suportar as dores. Foi o caso do Optálidon, que continha barbitúricos
em sua fórmula, sendo por isso mesmo objeto de uso inadequado, muito
comum entre jovens. O medicamento Tonopan, indicado para combater
enxaquecas, também contém elementos barbitúricos.
O uso contínuo dessas substâncias pode levar ao surgimento de dependência
física, além da psíquica.Não é raro encontrar pessoas que usam vários
comprimidos por dia, a fim de desfrutar de seus efeitos psicotrópicos,
comparáveis a ANESTESIA DAS EMOÇÕES.
INALANTESUma série de produtos é usada como drogas inalantes, em particular por
crianças e adolescentes. existem dois tipos principais. O primeiro é formado
por substâncias voláteis, como o éter e o clorofórmio que misturados, resultam
na droga conhecida como "cheirinho da loló". O segundo tipo é representado
por substâncias usadas na indústria como solventes, diluentes ed colantes.
O exemplo principal é a cola de sapateiro.
O uso dessas substâncias determina dependência psíquica e desenvolvimento
de tolerância. A perda de consciência durante o uso comum com altas doses,
pode causar asfixia.
DROGAS ESTIMULANTESDrogas deste tipo estão na moda em nossa sociedade, pois dão às pessoas a
impressão de ser mais fortes, render no trabalho, tornar - se mais corajoso
para competir e buscar posições de destaque.
Os principais representantes desse grupo são a cocaína, as anfetaminas e a
cafeína. Este último é estimulante fraco.
DROGA- NOMES MAIS USADOS
- VIA DE ADMINISTRAÇÃO
- USO MÉDICO
- DEPENDÊNCIA
COCAÍNA- pó, pico brilha, brisola, branquinha, carreirinha, bright, papel
- Oral (aspirada), endovenosa.
- Não tem.
- Psíquica.
ANFETAMINAS- bolinha, bola, rebite.
- Oral, endovenosa.
- Anorexígena (inibidor de apetite)
- Psíquica.
CAFEÍNA- Oral
- Não tem.
- Não tem.
- Psíquica.
NICOTINA- CIGARRO
- Oral (fumada).
- Não tem.
- Psíquica e física.
COCAÍNAPor ser apresentada na forma de pó branco, muitas vezes misturada a outras
substâncias, é chamada simplesmente de pó. Pode ser aspirada (por via nasal).
ou diluída em água, injetada na veia (pico). é Extraída da planta coca, nativa
dos Andes, onde mascar folhas é tradição antiga.
A cocaína dá ao usuário sensação de força e potência, afasta o sono e a fome.
Por fazer a pessoa sentir - se destacada, é também chamada de "brilho ou
realce". Compartilhar agulhas com outros usuários pode levar à contaminação
de agentes infecciosos, como o vírus da hepatite ou da AIDS. O uso de cocaína
pode levar a intensa dependência psíquica.
CRACKUma nova forma de uso de cocaína tem sido denominada, na gíria, de CRACK.
Tem muitos adeptos, principalmente nos EEUU, mas também na Bolívia e em
regiões fronteiras do Brasil. A cocaína comumente encontrada para consumo é
apresentada na forma de sal: que tem o aspecto de pó branco cristalino. é o
cloridrato de cocaína.
No crack a substância usada não é o sal, mas sim a pastas básica de coca
(frecbasing, em inglês).A transformação química de sal em pasta de cocaína
não é complicada, apesar de envolver procedimentos perigosos. A apresentação
da cocaína como sal a torna mais lucrativa para os traficantes. O sal é
facilmente adulterável, quando misturado a outras substâncias de aspecto
semelhante(talco, açúcares, lidocaína, xilocaína, anfetamina, etc.).
Estudiosos consideraram que a propagação do crack se deve ao fato de que a
sua via de administração produz efeitos mais rápidos e mais intensos que os
do sal. De fato, o crack é fumado em cachi8mbos de água, mas a pasta básica
de cocaína, quando seca, também pode ser misturada no tabaco e na maconha,
em cigarros.
A via de administração (a fumaça do crack, como de outras substâncias
fumadas
, passa para a corrente sanguínea) torna a droga mais perigosa, causando
danos pulmonares graves. O crack provoca em freqüência paradas respiratórias
e morte por overdose, razão pela qual deve ser considerado como uma das
drogas mais perigosas e mortais do "mercado".
ANFETAMINASSão usadas em medicamentos para emagrecer (anorexígenos ou moderadores
de apetite), que só podem ser comprados com receita médica. Seus efeitos são
similares aos da cocaína: sensação de força e disposição. Dependência
psíquica que pode se desenvolver com o seu uso, que, se prolongado, pode
favorecer o surgimento de doença mental (psicose anfetamínica).
Medicamentos com anfetaminas ainda são usados para ficar acordado mais
tempo, por exemplo, por estudantes em véspera de exames ou por
caminhoneiros (os chamados "rebites").
NICOTINASubstâncias com efeitos estimulantes encontradas no tabaco. O hábito de
fumar é tolerado pela sociedade, ainda que, ultimamente se esteja ocorrendo
profundo questionamento sobre os malefícios causados por ele, principalmente
de ordem orgânica, como a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Ainda que
os efeitos sejam discretos, parar de fumar costuma ser muito difícil,
desencadeando verdadeira síndrome de abstinência.
DROGAS PERTURBADORAS (OU ALUCINÓGENOS)Com efeitos também chamados de psicodélicos, as drogas perturbadoras
tiveram seu uso popularizado na década de 60, com o movimento hippie.
denunciando certas características da sociedade industrial, os hippies incluíam
o uso destas drogas em sua contestação.
A distorção de formas e cores proporcionada pelos alucinógenos é tido, por
alguns, como meio de entrar em contato com o sobrenatural e ter compreensão
dos mistérios do universo. Sabe - se, porém, que as alucinações são sintomas
similares a de distúrbios mentais graves.
ALUCINANTESDROGA- NOMESA MAIS USADOS
- VIA DE ADMINISTRAÇÃO
- USO MEDICO
- DEPENDÊNCIA
LSDI (ácido lisérgico)- ácido,viagem, trip.
- Oral, sublingual
- não tem
- psíquica
MACONHA- erva,fuminho ,baseado, cigarro, beque, baga, marijuana, bagulho,
- Oral (fumando)
- não tem
- psíquica
CHÁ DE COGUMELO- chá, chá mate, cogu,
- Oral.
- não tem
- não tem
AYAUASCA- chá
- Oral.
- não tem
- não se sabe
MACONHAA maconha é o preparado de folhas e flores da planta chamadas cânhamo ou
"cannabis sativa"., Seu uso é muito comum no Brasil. Com as ervas fazem - se
cigarros. Sinal comum de uso é a vermelhidão dos olhos.
Ela é tida como uma droga alucinógena, pois provoca deformações na
percepção de espaço e de tempo. Favorecendo a introspecção do usuário,
ele se desliga do mundo,
voltando - se para sua própria imaginação. Raramente provoca o desenvolvimento de alucinações. Seu uso constante pode afetar a vontade da pessoa, que fica então
desmotivada, sem conseguir tomar atitudes na vida. Há desenvolvimento
de dependência psíquica, com o uso contínuo.
ÁCIDO LISÉRGICO - LSDPouco comum entre nós, pode provocar efeitos muito fortes, com alucinações e,
às vezes, idéias de perseguição. É apresentado em pequenas pílulas ou
pedacinhos de papel embebidos na substância. Mesmo quantidades mínimas
podem desencadear quadro de alucinações.
OUTROS ALUCINÓGENOS Substâncias alucinógenas são encontradas em cogumelos que crescem no
estrume de bovinos.Em geral são ingeridas por jovens. Uma substância
chamada ayahuasca é usada por membros da seita Santo Daime (ou União do
Vegetal) com finalidades místicas durante seus rituais.
Estas são drogas mais comuns no Brasil. Com estas informações, embora
sumárias, será mais fácil tratar do problema de drogas com o qual você se
defronta em seu meio.
CONSUMO DE DROGAS: QUE TAL TROCAR PRECONCEITOS POR CONCEITOS?"Meu filho está com um problema: a droga". "Se não existisse a droga meu
filho não teria problemas". A queixa é comum. Muita gente pensa que a causa
de todos os males dos jovens está nas drogas. É um erro. Na verdade, a droga
sempre é usada por causa de problemas já existentes.
Todas as substâncias químicas, DROGAS, alteram o funcionamento do
organismo. MAS SÓ AS DROGAS QUE PRODUZEM PRAZER LEVAM A
DEPENDÊNCIA. Se não fosse por causa do PRAZER,ninguém se tornaria
dependente.Você conhece alguém dependente de antibióticos?
O PRAZER pode ser a ausência de DOR, EUFORIA, BEM - ESTAR, SENSAÇÃO DE
FORÇA, PODER, LEVEZA, ETC.
É bom lembrar que a busca do bem - estar faz parte da vida de todos nós.
O problema é buscar este bem - estar através das drogas. Se um adolescente
precisa de tais meios, é porque há algo errado nas relações do seu dia - a -
dia.
Existem casos em que o uso da droga está ligado à própria sobrevivência.
Muitos meninos de rua têm o hábito de cheirar cola de sapateiro para espantar
a fome, esquecer a miséria e a violência que sofrem - vemos aqui outra causa a
FUGA -. Assim, eles buscam no efeito da cola o substituto para o bem - estar
que lhes falta.
Portanto, O CONSUMO DE DROGAS DEVE SER COMPREENDIDO COMO
CONSEQÜÊNCIA DAS DIFICULDADES PESSOAIS, FAMILIARES E SOCIAIS DO
INDIVÍDUO.A DROGA NÃO É CAUSA E SIM FATOR PRECIPITANTE.
O consumo de drogas pode, então, ser definido como o encontro de três fatores
básicos:
a droga e seus efeitos...O PRAZER;
o indivíduo e seus problemas...MULETAS PSÍQUICAS;
a sociedade e suas contradições.
O QUE É DEPENDÊNCIA?A dependência faz parte da natureza do homem. Uma criança quando nasce,
precisa de cuidados e proteção. Ao contrário, não sobrevive. Toda a evolução
do ser humano parte desse estado de desamparo original. Durante nossa vida
criamos relações de dependência com objetos, pessoas e situações. Algumas
dessas relações são importantes para o nosso bem - estar, outras causam
grandes prejuízos.
Algumas pessoas não encontram na família, nos amigos e nos parceiros as
respostas para suas necessidades; então recorrem aos produtos químicos.
Estes produtos DÃO A ILUSÃO de que todos os problemas foram resolvidos.
Na falta dessa "poção mágica" estas pessoas são invadidas por sintomas
desagradáveis, que vão do NERVOSISMO, ANSIEDADE ,INQUIETAÇÃO, AO
IMPULSO INCONTROLÁVEL DE OBTÊ - LA A QUALQUER CUSTO. Neste estágio
depende - se intensamente dos efeitos da droga.
O alcoolismo é um exemplo. Após alguns anos de uso de bebidas alcoólicas,
determinado indivíduo começa apresentar tremores, ansiedade, suores, dores
m usculares, mal - estar generalizado e vontade incontrolável, logo ao acordar,
de tomar um gole. Estes sintomas caracterizam a chamada "síndrome de
abstinência". Um sinal de que a relação do organismo com o produto já evoluiu
para dependência física. O organismo se adaptou de tal forma à presença do
álcool que funciona mal sem ele.
A dependência física não ocorre só com mo álcool, mas também com outras
drogas: opiáceos, barbitúricos, fumo, etc.
Quando a droga é utilizada em quantidade e freqüência elevadas, o organismo
estabelece novo equilíbrio em seu funcionamento, adaptando - se a sua
presença. Os sintomas da "síndrome de abstinência" ocorrem por causa da
queda deste novo equilíbrio, apões a retirada brusca da droga.
Nem todos os psicotrópicos (drogas que têm efeito entorpecente) levam à
dependência física. O mais importante, no caso, é que todos levam a estado
modificado do psiquismo, do qual a pessoa passa a depender.
A dependência fundamental, então, é a dependência psíquica: impulso
incontrolável de continuar a usar a droga. Na sua ausência é experimentado
intenso mal - estar, conhecido como "fissura". Esta necessidade ocorre tanto
com o fumante ao tentar parar como com o dependente de cocaína quando
se vê sem a droga.
Da mesma forma, ocorre também com o adolescente que deixa de "viajar"
nos efeitos ilusórios da maconha e tem que retornar aos problemas e desafios
do seu momento de vida. A rigor, nenhuma droga produz dependência. Ela
apenas preenche, com seus efeitos, a necessidade de soluções imediatas de
problemas já existentes.
O QUE É ABUSO?Muitas drogas psicotrópicas tiveram ou aInda têm aplicação terapêutica.
A morfina é um dos mais potentes analgésicos que existem. A cocaína era
empregada como eficiente anestésico local em cirurgia dos olhos. Muitos
xaropes utilizados até hoje contra tosse contêm codeína, sem falar dos
tranqüilizantes, barbitúricos e soníferos.
Em nossa sociedade, o uso desses medicamentos se tornou corriqueiro,
controlado ou não por prescrição médica. Igualmente, muitas pessoas fumam e
bebem regularmente, mesmo conhecendo as conseqüências. O Abuso das
drogas "lícitas" ocorre quando sua utilização se dá fora das indicações
terapêuticas. Quanto às drogas "ilícitas", todo uso corresponde ao abuso.
É importante notar que não é a natureza da droga que faz a pessoa se tornar
dependente, mas o impulso de toma - la, isto é, o modo como ela a utiliza.
O abuso de drogas sempre denuncia desequilíbrio psicossocial. Segundo
classificação internacional existem quatro tipos de usuários:
EXPERIMENTADOR: limita - se a experimentar a droga, por diversos motivos -
curiosidade, desejo de novas experiências, pressão do grupo, etc.Na maioria
dos casos, o contato com a droga não passa das primeiras experiências.
USUÁRIO OCASIONAL: utiliza um ou vários produtos, de vez em quando, se o
ambiente for favorável e a droga disponível. Não rompe suas relações afetivas,
profissionais e sociais.
USUÁRIO HABITUAL OU "FUNCIONAL": faz uso freqüente da droga. Em sua vida
já se observam sinais de rupturas a nível afetivo, profissional e social. Mesmo
assim, ele ainda "funciona" socialmente, embora de forma precária.
USUÁRIO DEPENDENTE OU "DISFUNCIONAL" (TOXICÔMANO): vive
exclusivamente pela droga e para a droga. Como conseqüência, rompem -
se todos os outros vínculos, o que provoca sua marginalização.
O QUE É ESCALADA?A escalada pode ser entendida como a passagem do consumo esporádico a
consumo exclusivo (escalada quantitativa), ou como a passagem do consumo
de drogas "leves" para drogas "pesada" (escalada qualitativa).
Muitas pessoas fazem somente a escalada quantitativa, recorrendo a única
droga de forma freqüente.
A maioria, entretanto, não faz escalada. Permanece como usuário esporádico
ou abandona o uso.
Com a maioria (os toxicômanos) ocorre as duas escaladas. Os motivos devem
ser procurados não no tipo de droga, MAS DIFICULDFADES AFETIVAS,
FAAMILLIARES E SOCIAIS que o indivíduo tenta resolver recorrendo a elas.
Contudo, mesmo nos casos mais graves, nunca se está numa "viagem sem
volta" e sim num beco cuja saída é o abandono do consumo de drogas.
O QUE É TOLERÂNCIA?A tolerância é resultado do processo de adaptação biológica. Com a presença
contínua de determinada substância química o organismo se acostuma a ela e
reage menos. Para obter o mesmo efeito é necessário aumentar as doses.
A tolerância do organismo é observada sobretudo com os opiáceos, barbitúricos,
ansiolíticos e alucinógenos. Dependentes de tais drogas são levados aos
poucos, à escalada quantitativa, à busca da obtenção do mesmo efeito.
O QUE FAZER?Os pais se perguntam o que fazer para que seus filhos não comecem a usar
drogas, o que fazer para que eles as deixem e o que fazer para que não voltem
a usa - lãs.
Os professores gostariam de saber o que fazer para o aluno que está envolvido
com drogas ou curioso a respeito. O que dizer aos pais que esperam da escola
respostas que não conseguem dar aos filhos.
A mesma dúvida está presente nas empresas, nos hospitais, na sociedade.
Neste capítulo apontamos algumas respostas, deixando claro que não existe
única certa nem definitiva. O que se precisa é de bom senso, levando em conta
as particularidades de cada situação.
Existem algumas condutas que se apresentam como mais adequadas. Mas o
resultado depende sempre da maneira como as pessoas se posicionam diante
do usuário e seus problemas.
O QUE FAZER NA FAMÍLIA?Como descobrir que um filho usa drogas? Pode - se enumerar sinais gerais,
relacionados possivelmente ao uso de drogas: falta de motivação para estudar
ou trabalhar, troca do dia pela noite, irritabilidade, agressividade, insônia,
vermelhidão dos olhos, desaparecimento de objetos de valor ou dinheiro, etc.
O mais importante, porém, é que os pais não se transformem em detetives
espiando seus filhos.
Quando há alguma desconfiança de mudanças inexplicáveis no comportamento
de um filho, os pais têm que perceber que algo de está errado. Há mal - estar,
sofrimento e determinadas dificuldades que ele não consegue resolver. Assim,
o filho que começa a utilizar drogas atravessa uma crise e é esta que os pais
devem detectar. É preciso intuição, amor e perspicácia para ajudar a resolver
estes problemas.
A primeira reação dos pais ao descobrirem que seu filho usa drogas é de
perplexidade, angústia ou pânico. Às vezes seguido de sentimento de estarem
sendo traídos: "Como isto foi acontecer com o nosso filho"?
Forte sentimento de culpa costuma surgir: "Onde erramos"?
Esta culpa pode se expressar,a também, pela dificuldade de admitir
responsabilidades: "Só podem ser as más companhias, porque nós demos de
tudo a ele".
Alguns pais acham que todos os filhos têm que ser iguais: "Não sei o que deu
errado com este menino, ele foi educado igualzinho aos outros, que nunca
deram problemas".
Vemos assim o lugar que o filho ocupa na família: "filho problema" ou "bode
expiatório". Todos os outros filhos são bons, somente o "viciado" dá problemas.
Não raro, vem a tona a rivalidade (até certo ponto normal) entre irmãos.
Aparece também a vergonha, principalmente diante dos outros: avós, primos ,
amigos, vizinhos.
Estas reações levam a nada, só fazem aumentar o sentimento de impotência
dos pais. Surge então as reações extremadas:
- prender o filho no quarto durante o fim - de- semana;
- bater, brigar;
- vigiar todos os seus passos;
- revistar suas coisas e roupas;
- ir atrás dele nos lugares que normalmente freqüenta;
- proibir seus amigos de freqüentarem a casa;
- chamar a policia "para dar um susto nele";
- internar em clínicas, geralmente psiquiátricas;
- expulsá-lo de casa;
- fingir que nada está acontecendo.
A falta de comunicação entre pais e filhos não permite a eles compreender seu
apelo e desamparo. Tudo é recebido como reclamação ou agressão. Então,
aparecem muitas vezes soluções mágicas:
"já fizemos tudo que podíamos, só um milagre pode salvar nossos filho";
uma cartomante falou que fizeram, um trabalho para ele, por inveja. Ela
prometeu desfaze - lo";
Doutor, o senhor é a nossa última esperança. Será que se nós o deixarmos
aqui um mês ele estará bom?".
A maioria dos pais passa por tais angústias quando descobre ou desconfia que
um filho usa droga. O que fazer? Eis condutas possíveis:
- manter a calma;
- tentar conhecer e compreender as dificuldades do filho;
- procurar enxergar a verdadeira dimensão do problema, deixando de lado
- sentimentos de culpa;
- levar em consideração aspectos característicos da adolescência e da
- juventude, lembrando - se da própria experiência nestas fases;
- ENTENDER O QUE A DROGA SIGNIFICA NA VIDA DO FILHO - NOVAS
- EXPERIÊNCIAS, BUSCA DO PRAZER, FUGA DE PROBLEMAS (EMOCIONAIS
- PRINCIPALMENTE), ALIVIO À DOR, ANGÚSTIA, DEPRESSÃO;
- BUSCAR O DIÁLOGO FRANCO E ABERTO;
- ter em mente que a droga pode ser passageira, principalmente se forem
- tomadas medidas adequadas;
- respeitar os valores que constituem o seu mundo, evitando impor valores
- próprios;
- aceitar os momentos de instabilidade do filho, principalmente do
- adolescente, aprendendo a lidar com eles;
- evitar tratar o adolescente como se fosse criança;
- ter consciência dos limites do filho, evitando exigências demasiadas;
- agir com autoridade, sem cais no autoritarismo;
- encarar o problema de maneira lúcida, dando nome aos bois, sem falso
- pudor;
- informar - se sobre os tipos de drogas, seus efeitos e conseqüências,
- em fontes científicas isentas de preconceitos;
- reconhecer os próprios erros e tentar modifica-los;
- aceitar que nem pai e nem mãe são perfeitos;
- fortalecer vínculos entre membros da família, incentivando clima de
- afetividade, sinceridade companheirismo;
- admitir que os filhos não são perfeitos nem iguais entre eles, nem
- melhores e nem piores que os pais;
- aceitar que os filhos não pertencem aos pais e têm vida própria;
- quando necessário, procurar ajuda de profissionais especializados em
- lidar
- com o caso, sem se deixar levar por um sentimento de fracasso;
- participar de grupos de apoio com outros pais para compartilhar o
- problema e diminuir a angústia;
- conscientizar - se dos próprios sentimentos (raiva, vergonha, inveja,
- mágoa, ternura, amor), em vez de reprimi-los.
Outras condutas são possíveis. Você é a pessoa mais indicada para cria - las,
ajudando seu filho encontrar a solução.
Lembre - se que medidas educativas concretas, tomadas em casa, são mais
adequadas e mais eficientes, a princípio, do que recorrer a especialistas.
Vá ao encontro do seu filho com compreensão, amor carinho. Ajude - o a se
abrir, a falar das dificuldades que atravessa. Desconfie de manipulações e
chantagens, mesmo sas bem intencionadas ou quando partem de você.
Em suma, use sua arma mais importante o diálogo. Inicie o jogo limpo,
voltado
à recuperação do filho e o reencontro da família.
O QUE FAZER NA ESCOLA?Se a droga está presente hoje em toda a sociedade, ela se manifesta de modo
particular nos meios escolares. Mas, muitas vezes é negado ou negligenciado
por seus dirigentes ou professores.
Não é rara, muita ESCOLA SE SENTEM AMEAÇADAS QUANDO DESCOBREM QUE
SEUS ALUNOS USAM DROGAS. Alguns tentam esconder o fato, por temerem
perder a credibilidade diante dos pais, por medo de serem acusadas de
negligência diante do problema ou por medo de sofrerem violências.
Os professores, por sua vez, sentem - se despreparados para abordar a
questão ou temem represálias de traficantes ou usuários quando são
convocados a agir diante dos alunos.
Algumas vezes, a escola se omite (interesse financeiro), esperando que o
silêncio resolva a questão.
- Na verdade, a escola não pode ficar alheia à realidade da presença de
- drogas em nossa juventude. Traçaremos em seguida algumas linhas de
- ação:
- tomar conhecimento do problema existente, em vez de fazer de conta
- que ele não existe;
- incentivar o corpo docente a se preparar, através de cursos, treinamentos,
- etc., para atuar junto aos alunos;
- ter em mente que a escola é o lugar privilegiado (após a família) na
- educação dos jovens também no que se refere às drogas;
- promover maior envolvimento dos pais com os problemas da escola, e
- também com a educação de seus filhos em geral;
- ter em mente que a escola constitui um lugar de educação no sentido
- amplo, afetivo, moral, social, e não só um lugar de mera transmissão de
- conhecimentos e informações;
- difundir entre os alunos, senso crítico diante de questões como o
- consumo de drogas;
- motivá-los a tomar decisões, desenvolvendo senso de responsabilidade;
- não expulsar o aluno envolvido com drogas nem isolá-lo, mas procurar
- integrá-lo nas atividades estudantis, lazer, debates...;
- investigar os fatores de ordem pessoal, familiar e social do aluno em
- vez e denunciá-lo em público;
- fornecer informações científicas aos pais, sem preconceito, a respeito das
- drogas e suas implicações;
- considerar que as informações devem ser adequadas à clientela que se
- deseja atingir;
- desenvolver técnicas dinâmicas junto aos alunos, toda vez que se abordar
- a questão da droga;
- oferecer espaço para que os alunos coloquem suas dúvidas, seus
- questionamentos, suas experiências e dificuldades;
- respeitar as opiniões dos alunos, procurando discuti-las com argumentos
- lógicos e coerentes;
- oferecer ajuda concreta, de acordo com o envolvimento do aluno;
- incentivar a sua participação nas campanhas preventivas e na discussão
- aberta sobre o assunto;
- insistir para que os problemas de drogas sejam discutidos por todo o
- corpo docente, junto com a diretoria, recorrendo eventualmente a
- orientação especializada;
- buscar contato discreto com os pais de alunos envolvidos;
- aproveitar professores e alunos "lideres" para abordar o problema e entrar
- em contato com os envolvidos.
Em resumo, pode - se dizer que o segredo de atuação dos educadores está na
instalação de clima de confiança com os alunos.
Esta atuação de ser discreta mas firme, baseada na autoridade intelecto -
moral, vinculada a atitude de compreensão e respeito.Trabalhar em conjunto
com os pais.
A POLÍCIA SÓ DEVE SER CHAMADA EM CASOS EXTREMOS, como violência,
depredações ou invasão da escola, para impedir a ação de traficantes nas
portas ou dentro da escola. O usuário de drogas não é caso de polícia,
mas caso pedagógico.
Expulsar o usuário de drogas da escola é um fracasso pedagógico a ser
evitado sempre que possível. A solução depende da habilidade e competência
dos educadores em lidar com o problema.
O QUE FAZER NO LOCAL DE TRABALHO?Quando se descobre que algum funcionário ou empregado usa drogas, a medida
mais comum é afasta - lo de seu ambiente de trabalho.
Estas atitudes podem ser através de licenças, às vezes renovadas por longo
tempo, ou demissão. Será esta a melhor forma de reagir? Acreditamos que se
possa ajudar a pessoa usuária ou mesmo dependente de drogas, com outros
tipos de intervenção:
- motivar a participação dos empregados nas decisões da empresa, sempre
- que pertinente;
- humanizar tanto quanto possível as relações de trabalho no interior da
- empresa;
- promover ciclos de debates e treinamento sobre questões da atualidade -
- poluição, segurança de trabalho, AIDS, drogas;
- oferecer treinamentos especializados aos profissionais de recursos
- humanos, de assistência social e de serviço de saúde;
- dar oportunidade para que o usuário de drogas solicite ajuda de superiores
- , colegas ou serviços especializados da própria empresa;
- incentivar o início de tratamento, quando o envolvimento do empregado
- com drogas for evidente;
- estabelecer contato ou convênios com serviços especializados em
- prevenção e tratamento;
- não afastar simplesmente o funcionário, pensando exclusivamente
- na produtividade;
- estimular e organizar atividades de lazer, esportivas, culturais e sociais,
- acessíveis a todos os empregados;
- tomar conhecimento de experiências inovadoras de outras empresas no
- trato de problemas decorrentes do uso de drogas ou álcool;
Analisada a importância da hierarquia e do desempenho, a situação numa
empresa ou órgão público é diferente da escola. Em geral, trata - se de
adultos e não de adolescentes. Mas o principio dever ser o mesmo, agir com
base em conhecimentos seguros, com ponderação e sem impulsividade.
Quando a ajuda não for possível no local de trabalho, providenciar
encaminhamento para serviços externos.
O QUE FAZER NA COMUNIDADE?Pode - se dizer que a sociedade é responsável por medidas preventivas
relacionadas ao abuso de drogas.
Costuma - se pensar que prevenir o uso indevido de drogas é tarefa que diz
respeito somente às oportunidades policiais, judiciais ou outras. Mas, na
verdade, toda a comunidade deve contribuir. Damos algumas sugestões:
- promover reuniões com palestras e debates sobre drogas;
- utilizar os recursos humanos, materiais e outros disponíveis na própria
- comunidade, apoiando - se em associações já existentes (de bairro,
- religiosas, etc.);
- discutir com os jovens os problemas que envolvem a vida comunitária,
- incentivando - os a buscar soluções;
- estimular atividades esportivas, culturais, sociais, educativas e outras,
- particularmente, entre jovens;
- procurar integrar usuários de drogas na vida comunitária, em vez de
- discriminar ou rejeitar;
- procurar identificar possíveis focos de tráfico de drogas;
- criar comitês de autodefesa diante da invasão de traficantes ou de outras
- formas de violência;
- solicitar ajuda policial cada vez que surgirem problemas de tráfico;
- FORMAR GRUPOS DE DISCUSSÃO SOBRE TEMAS QUE TOCAM OS JOVENS
- DE PERTO - SEXUALIDADE, NAMORO, GRAVIDEZ, AIDS, DROGAS;
- INCENTIVAR GRUPOS DE JOVENS COM EXEMPLO E NÃO COM SERMÕES;
É possível adotar certas medidas na rua, nos bairros, famílias e associações
para enfrentar os traficantes. Eles muitas vezes intimidam ou usam de
violência, mas a união da comunidade faz a força e espanta o próprio medo.
ORGANIZAR A COMUNIDADE É FUNDAMENTAL, TANTO PARA DESESTIMULAR O
TRÁFICO COMO PARA SOCORRER AS SUAS VÍTIMAS.
A melhor maneira de prevenir o uso e abuso de drogas é ajudar os usuários e
dependentes a saírem da marginalização e a se reintegrarem na comunidade.
RESUMOAlgumas pessoas recorrem asa drogas para tentar resolver dificuldades
afetivas, familiares e sociais. Desta forma, têm sensações de prazer e poder.
A dependência faz parte do ser humano, mas é possível evoluir para a
independência e autonomia relativas. Alguns indivíduos, entretanto, não
conseguem esta autonomia.
O uso continuado de drogas altera o equilíbrio do organismo, que se adapta à
presença da substância química. Os usuários tendem a aumentar as doses para
manter o seu efeito. Quando a dependência atinge estágio avançado, a
ausência da droga causa vários problemas ao organismo do usuário, podendo
leva - lo até a morte.
Os usuários são classificados em quatro categorias: experimentador, usuário
ocasional, habitual e dependente.
A prevenção ao abuso de drogas é de responsabilidade de todos: pais,
professores, empresários, líderes comunitários, sindicatos, igrejas e
autoridades.
Informações claras e objetivas, desprovidas de falsos sentimentos ou
sensacionalismo desdramatizam o problema das drogas. Elas aumentam a
vigilância e diminuem os preconceitos com relação aos usuários.
A prevenção deve ir além da informação. Precisa visar o bem - estar individual,
familiar e social de todos,através de ações educativas abrangentes.
FONTE:Cartilha autorizada pelo CONFEN, Conselho Federal de Entorpecentes,
do Ministério da Justiça; elaborada por uma equipe do CORDATO, Centro de
Orientação sobre Drogas e Atendimento a Toxicômano, Centro de referência
para prevenção e tratamento no campo das toxicomanias (resolução n°10 do
CONFEN,em 09 de agosto de 1988).
“MEU AMIGO USA DROGAS. O QUE FAZER?”Muitas vezes nos defrontamos com um problema muito sério. Descobrimos que nosso melhor amigo está usando drogas. E daí! O que fazer?
Em primeiro lugar precisamos saber que existem três tipos principais de usuários de droga:
*USUÁRIO EVENTUAL: experimentador ou curioso, que usa a maconha uma vez por outra, por curiosidade, modismo ou imitação;
*USUÁRIO DEPENDENTE: apresenta dependência psíquica pela droga, e esta acaba criando nele um estado de necessidade psicológica que se torna um importante obstáculo à interrupção do seu uso;
*USUÁRIO CRÔNICO: provém do grupo anterior através do uso habitual e continuado da droga. No que diz respeito ao tempo e à quantidade da droga necessária para se atingir a cronicidade, eles variam em limites bem amplos. Em geral, admite-se o indivíduo como canabista crônico, quando fuma alguns cigarros por dia, três ou mais, todos os dias da semana, durante meses ou anos.
assim sendo, o primeiro passo, é não abandonar o amigo. Procure identificar em que estágio ele se encontra, para saber como você pode ajudá-lo. Afinal ele é seu amigo.
Se o seu amigo é um usuário eventual, converse com ele. Diga a ele o que você sabe sobre as drogas. Procure descobrir porque ele está se destruindo. Mostre a ele que a droga é perigosa e que ele ainda pode sair dela sem grandes prejuízos, mas que depois poderá ser tarde demais. Mostre a ele que a vida é bela, que nós somos seres humanos únicos e temos liberdade de escolha. Lembre a ele que não se afaste de Deus, que reze. É importante que ele se afaste dos “amigos” que sustenta seu vício. Se isto tudo não surtir resultados, procure ajuda. Descubra quem pode influenciar o seu amigo no sentido de ajudá-lo. Não tenha receio. Aconselhe-o a procurar um grupo de AA –Alcoólicos anônimos, NA –Narcóticos anônimos ou AE – Amor-Exigente.
Já se o seu amigo é um usuário dependente o caso é bem mais sério. Imediatamente procure ajuda. É um caso para pessoas especializadas. Descubra quem conhece o assunto. Procure ajuda da família e solicite que a mesma tome providências para o tratamento. Será necessário, provavelmente, o internamento por algum tempo. Não abandone amigo, mas deixe bem claro para ele que você não tolera drogas e evite de todas as maneiras aproximar-se delas.
No caso do usuário crônico, procure, como no caso do dependente, ajuda urgente. Sozinho você não pode nem deve fazer nada.
A dependência química infelizmente vem proliferando em todas as classes sociais e em todos os lugares. Assim sendo, ninguém poderá eximir-se de ter que enfrentá-la, muitas vezes dentro de sua própria casa. Com isso parece-nos claro que a primeira atitude frente à constatação dessa enfermidade deva ser no sentido de restabelecer os vínculos a partir do momento em que ela se fez presente, no intuito de atacar as razões e as causas que levaram a pessoa a usar a droga. Para isso faz-se necessário restabelecer o diálogo, a compreensão e o senso crítico, que talvez tenham faltado para quem iniciou-se nesse terrível caminho das drogas.
O verdadeiro amigo, deve forjar este vínculo num clima de comprometimento e sinceridade, encaminhando a questão no sentido de apoiá-lo em todas as horas, não se omitindo e buscando informações que lhe permitam afastá-lo das drogas.
Praticamente todo trabalho de recuperação de drogados é baseado no trinômio: trabalho, oração e disciplina. Assim, oriente seu amigo para que volte a rezar e reze por ele. A oração fortalece e equilibra emocionalmente e mentalmente.
Nunca esqueça que o diálogo é o melhor caminho. Dialogue muito com seu amigo e insista que ele inicie um diálogo com seus amigos e familiares.
Seu amigo precisa de ajuda. Ele está doente. Não o abandone. Ele é seu irmão.
(Fonte: site sobre drogas)
AMOR-EXIGENTE DÁ CERTO!
Reuniões: segundas feiras as 19:30 h e sábados 14:00 h na esquina da solidariedade.
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Crack e seus efeitos