Por Crystiane Galante – Bourg la Reine – Paris
Passear pelos corredores iluminados do Museu D’Orsay é um dos passeios imperdíveis de Paris. Eu diria mesmo que até quem não aprecia um museu poderia se surpreender com esse. Exuberante, diversificado e arquitetonicamente encantador, o Orsay é imbatível em matéria de museu. E o que descobri recentemente, extremamente acessível, em todos os sentidos.
Uma antiga gare de trem, com o teto transparente, que deixa entrar toda a luz natural, o que valoriza enormemente as esculturas do andar térreo. Entre músculos, expressões, texturas e impressões, deixar-se perder em seus corredores pouco convencionais a um museu, que quase nos deixam à vontade, que quase nos impedem de sair… O relógio numa das extremidades encanta a todos e convida à outra proximidade, a subirmos pelas escadas rolantes, atravessarmos seus corredores, descobrirmos suas salas. O Orsay é um prato cheio, para os que apreciam esculturas – Rodin, a bailarina de Degas estão por lá – os impressionistas sempre impressionantes – Monet, Van Gogh, Manet – os classicistas, naturalistas, tão diversas são as obras, tão fascinantes são as descobertas.
Pelo site as informações são muito claras e ajudam a entender como o museu funciona para todos. Exposições, agenda, acesso pelas linhas de metro, e claro, esclarecimentos para cada tipo de deficiência. Para os deficientes que usam cadeiras de rodas, um mapa com a localização de todos os elevadores dos quatro andares esta disponível para a impressão. Visitas personalizadas e em grupo em forma de conferência podem também ser agendadas. Para os deficientes auditivos, o ano todo são agendadas exposições sobre os mais diferentes temas, orientado por um guia que fala em linguagem dos sinais. Para aqueles que utilizam aparelhos auditivos, o Auditório possui um aparelho magnético especifico que permite a recepção auditiva direta no aparelho. Já para os deficientes visuais, o museu propõe um guia personalizado para favorecer a autonomia, visto que o museu é cheio de obstáculos por vezes delicados aos deficientes visuais. O guia o acompanha durante todo o percurso, mas ainda não é permitido tocar nas obras. A entrada de cães guia também é permitida, e em breve haverá um espaço voltado exclusivamente a esse tipo de deficiência. Visitas guiadas também são a sugestão para grupos de deficientes intelectuais, onde uma abordagem voltada a aguçar a curiosidade e a reflexão adequadas são propostas. Não é à toa que em 2005 o museu recebeu o titulo “Turismo e deficiência”, reconhecendo o esforço voltado ao acolhimento deste publico em particular.
Infinitas são as razoes para conhecê-lo, outras mais para nunca mais esquecê-lo. O Museu d’Orsay, mais do que nunca, é uma conquista do respeito e o reconhecimento da importância da diversidade.
Fonte: Acessibilidade Total
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