Avape treina para atividades onde cada profissional pode se destacar.
Também prepara empresas para receber os funcionários especiais.
Como qualquer profissional, as pessoas com deficiência querem conquistar espaço no trabalho e serem reconhecida pelo talento. Superar o preconceito é o desejo e o direito de todas elas. Não faltam exemplos de sucesso.
Um cérebro brilhante preso num corpo deficiente. O físico britânico, doutor em cosmologia, Stephen Hawking talvez seja o exemplo mais conhecido da capacidade das pessoas com deficiência. Ele tem esclerose lateral amiotrófica. Por causa da doença, Hawking perdeu o movimento dos braços e pernas. Hoje, só fala por um sintetizador de voz.
Hawking ganhou prêmios, escreveu livros e é considerado um gênio. Ele conseguiu que as pessoas enxergassem além da aparência. É por isso que lutam todas as pessoas deficientes.
A analista de RH Sheila Cassin se formou em psicologia, fez duas pós-graduações e intercâmbio nos Estados Unidos. Apesar desse currículo, por muito tempo ela só conseguiu cargos de auxiliar administrativa. “Tem muito a ser feito. As pessoas hoje têm aquele critério que pessoas com deficiência são pessoas incapacitadas. O que você vê é um monte vagas de operador e auxiliar, como se a pessoa não pudesse progredir e ir adiante com seu estudo”, reclama.
Desde pequena, a recepcionista Tamara Regina de Souza tinha muita dificuldade na escola, principalmente em matemática. Mas ela só descobriu que tinha uma deficiência aos 19 anos, quando começou a procurar emprego e não conseguia. Ela procurou a Avape, Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência. “Eu aprendi a trabalhar em equipe. Eu aprendi a trabalhar sob pressão”, diz.
Há três anos, Tamara trabalha como recepcionista num hospital. A adaptação foi fácil, especialmente para a gerente de atendimento Marlene Campos da Silva, chefe de Tamara. “Eu tenho um filho especial. A minha preocupação era a aceitação dos outros funcionários com ela”, explica.
Hoje, Tamara treina as novatas. “Tudo que eu faço foi a Tamara que me ensinou. Ela tem muita paciência”, avalia a recepcionista Fernanda Cristina De Souza.
Há três anos, Eduardo Ferreira Silva Filho está na área de atendimento aos clientes de uma agencia bancária. Para receber e integrar um funcionário especial é preciso ter o apoio de todo o time.
“A gente precisou fazer toda uma sensibilização e também fez o treinamento para a equipe. A gente reforça muito isso na comunicação para as pessoas sempre estarem atentas à questão da diversidade como um valor”, lembra Patrícia Frischinetti, especialista em diversidade.
Eduardo também teve uma atenção especial. “A gente trabalhou muito com ele a questão de autoestima, de localizar o seu espaço dentro da empresa, de que ele tinha talento, de que ele contribui para a organização. Hoje, a gente vê que ele foi muito além do que a gente poderia imaginar”, avalia Frischinetti.
Edi Carlos de Souza trabalhou 12 anos em uma metalúrgica. Quando perdeu o emprego, chegou a pensar em aposentadoria. Dois meses depois, ele já estava trabalhando como teleoperador na Avape.
“É um empreendimento que foi financiado e trabalhado em parceria com o BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento. Nosso objetivo principal é captação de recursos através da prestação de serviço de contact center para clientes e pessoas que necessitem dessa atividade”, detalha Izabel Romeiro, gerente de operações.
O call center da Avape tem cerca de 400 funcionários. “Em torno de 70% deste número de pessoas são pessoas com deficiência. O mercado de call center hoje cresce na taxa de 15% a 20% ao ano pelas estatísticas. Então, existe um grande potencial para que as empresas voltadas para essa área ou empresas que precisem desses serviços possam abraçar a causa da inclusão da pessoa com deficiência. É uma atividade que permite perfeitamente adaptações”, completa Izabel.
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