quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Depressão em Portugal é superior à média europeia Doença contribui para o aumento da morbilidade de várias enfermidades






As perturbações depressivas afectam 7,9 por cento dos portugueses«Depressão: Tratar e Recuperar» é o lema do Dia Europeu da Depressão que se assinala a 1 de Outubro. Como forma de antecipar a data, está a decorrer, em Lisboa, um debate aberto à sociedade organizado pela Associação Europeia da Depressão, com o apoio da Clínica Universitária de Psiquiatria da Faculdade de Medicina de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM).

O encontro tem como finalidade “sensibilizar as pessoas para os problemas levantados pelo tratamento dos quadros depressivos a nível europeu”, explica a vice-presidente da SPPSM, Luísa Figueira, ao Ciência Hoje.
A depressão é “problema de saúde pública grave” pois “afecta uma larga faixa da população”, diz Luísa Figueira. Trata-se de uma doença com grande impacto na qualidade de vida individual e familiar, sendo que contribui para um grande aumento da morbilidade de várias doenças, em particular, as cardiovasculares.

Um Estudo Nacional de Saúde Mental, feito em Portugal em 2010 por uma equipa liderada por Caldas de Almeida, revelou que as perturbações depressivas surgiam em 7,9 por cento da população. Este resultado “é superior à média dos países europeus e apenas inferior à prevalência anual nos EUA que é de 9,6 por cento”, refere a responsável.

Outro estudo tornado público, em 2011 por David Blachoflower e Andrew Oswald (dados do Eurobarometro), sobre o consumo de antidepressivos na Europa (27 países europeus) revela que anualmente um em 13 cidadãos tomou antidepressivos. A probabilidade é maior nas mulheres de meia-idade, desempregadas, divorciadas ou separadas e com um nível educacional mais baixo.

O consumo de antidepressivos é maior em Portugal, na Lituânia, na França e no Reino Unido. “Em Portugal 16 por cento da população tomou um antidepressivo no ano anterior e 9 por cento tomou por um período prolongado”, afirma Luísa Figueira.

A especialista em psiquiatria sublinha que “os factores sociais têm um grande impacto na saúde mental e a crise económica, afectando um número significativo de pessoas, aumenta a probabilidade de perturbações emocionais principalmente ansiedade e depressão”.

Ciencia hoje

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