O instituto de pesquisas CPqD de Campinas está desenvolvendo, em parceria com o Centro de Prevenção à Cegueira de Americana, uma aplicação destinada a facilitar o uso de dispositivos móveis por pessoas cegas ou com deficiências visuais.
Batizada de VozMóvel, a solução utiliza a tecnologia de síntese de voz como base de um novo modelo de interação do usuário com o celular dotado de tela sensível ao toque (touchscreen).
Com o modelo desenvolvido pelo CPqD, a tela do aparelho é dividida em seis quadrantes (áreas), correspondentes às principais funções do celular: realização de chamadas, histórico de ligações, contatos, mensagens de texto (SMS), nível de sinal e de bateria e data/hora.
“A escolha dessas funções baseia-se em pesquisa realizada junto aos próprios deficientes visuais”, explica Claudinei Martins, da diretoria de tecnologia de serviços do CPqD.
Na medida em que a pessoa toca ou desliza o dedo sobre a tela touchscreen do celular, uma voz sintetizada informa a função correspondente àquela área. Com mais um toque, ela tem acesso à função. E, se essa função envolver uma informação, como o nível da bateria do aparelho ou uma mensagem de texto recebida, ela também é transmitida por meio do recurso de síntese de voz – que utiliza a tecnologia CPqD Texto Fala.
A primeira versão do VozMóvel, desenvolvida para o sistema operacional Android, passará por um teste de campo em fevereiro, envolvendo um grupo de pessoas atendidas pelo Centro de Prevenção à Cegueira, em Americana, no interior de São Paulo.
O foco principal da aplicação são as mais de 6,5 milhões de pessoas cegas ou com grande dificuldade permanente de enxergar existentes no Brasil – de acordo com o Censo 2010 do IBGE. Mas, no futuro, essa tecnologia poderá beneficiar também idosos, analfabetos e até crianças que ainda não aprenderam a ler.
Fonte: http://www.cpqd.com.br/
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