Mas tais lesões não são detectadas pelos aparelhos disponíveis atualmente
Envelhecimento: sinais como lentidão para caminhar, postura encurvada e tremor nas mãos podem estar relacionados com problemas nos vasos sanguíneos do cérebro (Thinkstock)
Grande parte dos sinais comuns do envelhecimento, como o tremor nas mãos, uma postura mais encurvada ou ainda a lentidão ao caminhar, podem estar relacionados à obstrução de pequenos vasos sanguíneos no cérebro. Segundo uma pesquisa publicada no periódico Stroke, da Associação Americana do Coração, esse problema não é detectado por nenhum exame de imagem disponível atualmente.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Cerebrovascular Disease Pathology and Parkinsonian Signs in Old Age
Onde foi divulgada: periódico Stroke
Quem fez: Aron S. Buchman, Sue E. Leurgans, Sukriti Nag, David A. Bennett e Julie A. Schneider
Instituição: Universidade de Rush, em Chicago, nos Estados Unidos
Dados de amostragem: 1.100 freiras e padres, dos quais 418 tiveram o cérebro analisado por biópsia
Resultado: O estudo aponta que há uma relação direta entre a obstrução de vasos sanguíneos microscópicos do cérebro e os sinais típicos do envelhecimento
Durante o levantamento de dados, pesquisadores da Universidade de Rush, em Chicago, examinaram 1.100 freiras e padres, à procura de sinais do envelhecimento. Descobriu-se, então, que lesões muito pequenas para serem detectadas pelos atuais exames de imagem estavam presentes em 30% do cérebro de pessoas que não foram diagnosticadas com algum tipo de doença mental ou acidente vascular cerebral (derrame).
Segundo a pesquisa, pessoas que tinham os maiores problemas para se locomover, sintoma comum do envelhecimento, apresentavam múltiplas lesões no cérebro. Dois terços das pessoas possuíam, ainda, pelo menos uma anormalidade nos vasos sanguíneos cerebrais, o que sugere uma possível relação entre a obstrução nos vasos e os sinais do envelhecimento.
“Isso é muito surpreendente”, diz Aron S. Buchman, principal autor do estudo e professor associado de ciências neurológicas na Universidade de Rush. “As implicações na saúde pública são significantes porque não estamos identificando esses 30% que têm pequenos problemas vasculares. Precisamos de ferramentas adicionais para identificar essa população”, diz.
Pesquisa – O levantamento de dados começou a ser feito em 1994, com os exames nas freiras e padres voluntários. Os participantes doaram ainda seus cérebros para exames posteriores a sua morte. No estudo, os pesquisadores fornecem dados sobre as 418 primeiras autópsias – 61% de mulheres, com idade média de 88 anos quando de sua morte.
Embora o Mal de Parkinson ocorra em somente 5% dos idosos, pelo menos metade das pessoas com 85 anos ou mais têm sintomas leves associados à doença. Durante os exames anuais, os pesquisadores usaram parte de um levantamento sobre as habilidades motoras no Parkinson para avaliar as habilidades físicas dos participantes. Foram, então, observados e avaliados: equilíbrio, capacidade de manter a postura, velocidade da caminhada, habilidade de sentar e levantar da cadeira, habilidade de fazer voltas durante uma caminhada e sensações de tontura.
“Frequentemente os sintomas motores leves são considerados uma parte esperada do envelhecimento”, diz Buchman. “Mas não devemos aceitar isso como normal ao envelhecimento. Devemos tentar corrigir e entender isso melhor. Se existe uma causa subjacente, nós poderemos intervir e talvez reduzir o impacto.”
fonte veja
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