Pois é, há poucos dias recebi a carta de um homem desesperado. Ele não aguenta mais a convivência com a mulher e a sogra, mas tem um filho de dois anos a quem não quer abandonar. Não quer, tampouco, magoar a parceira. O que fazer?
Qual é a resposta?
Num primeiro momento, minha vontade é de dizer ao Ricardo: vá atrás do que perdeu, tente resgatar sua relação. Volte-se com todo seu foco e sua energia para ver renascer a chama dessa relação.
É claro que não é fácil acertar tudo de uma vez, mulher, sogra, filho etc. Mas será que você consegue se lembrar do que o atraiu para essa relação? Como foi o primeiro encontro? E o que aconteceu nesse encontro? Porque disse SIM?
Penso sempre que, se decidimos uma vez, podemos decidir uma segunda e uma terceira pela mesma pessoa. Não é fácil. O mercado está todo aí nos mostrando a porta de saída e tantas opções quanto quisermos. São de fato muitas!
Mas será essa a melhor saída? Ir embora e fazer de conta que está tudo bem?
Conheço muitas pessoas que saíram de uma relação na crise e se arrependeram no decorrer dos anos. Conheço outras que não saíram e que superaram o problema. Conheço também, é verdade, outras que se separaram e deram a volta por cima. Agora, quando há filhos, bem, tudo se complica.
Então, penso que vale tentar. Vale esgotar todas as possibilidades de retomar, reconstruir o que ficou no caminho.
Num segundo momento, minha tendência é dizer a ele: "Fique com você. Se realmente o amor acabou, não tem chance de retomada, pense em você. Resgate sua autoestima. Resgate o amor próprio. Ame-se". Talvez, assim, você possa se abrir para uma nova aventura. Quanto a magoar a parceira, não tem como, todo rompimento estressa. O filho, bem, não sei ao certo o que é pior: viver na iminência de uma separação ou saber que seus pais se respeitam a ponto de se separarem para dar a ele uma vida melhor...
Afinal, uma relação é sempre feita a dois. Quando um não suporta, provavelmente o outro também esteja com uma sensação parecida, e quem está por perto sente. A energia para construir ou destruir é facilmente percebida pelo outro se estiver atento, acordado.
Então, esse é o meu convite: refletir. Ficar ou partir, só cabe a ele decidir. E você? O que falaria para o Ricardo?
Qual é a sua opinião?
Responda: podemos ajudá-lo a sair desse problema, mesmo se mantendo na relação? Discutir problemas, é fato, não é o mesmo que discutir a relação...
Escolhas, sempre escolhas.
Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você — Histórias e Relacionamentos Codependentes, Você Está Disponível? Um Caminho para o Amor Pleno e Coisas do Amor.
Dúvidas sobre relacionamentos? Envie para s2maia@yahoo.com.br que elas poderão ser comentadas aqui no blog
Mais informações sobre a autora no www.sandramaia.com
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