Roberto Witter
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O desejo de ingressar no curso de psicologia da jovem Eduarda Bittencourt Nogueira, 20 anos, deve ser adiado por mais um ano. Deficiente visual, ela foi impedida de realizar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) devido à falta de exames em braile.
A estudante chegou dentro do horário ao local de prova, no Instituto Estadual de Educação Juvenal Miller, em Rio Grande, no sul do Estado. Nas mãos, ela portava o comprovante de inscrição, que lhe conferia o direito de receber uma prova especial.
Segundo a estudante, que estava acompanhada da irmã e do cunhado, os fiscais de prova informaram que não havia testes em braile na escola.
— Eles disseram que não tinha mais provas, mas que eu poderia entrar com outra pessoa, para que lessem a prova para mim e marcassem no cartão de respostas. Mas isso não é o correto. Eu me preparei o ano todo para fazer o teste sozinha. É um direito meu — justifica a estudante.
Eduarda explica que outras três colegas, também deficientes visuais, conseguiram fazer o teste em outros locais de prova do município.
Por telefone, a coordenação do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe), órgão responsável pela distribuição e aplicação das provas, evitou falar sobre o assunto. Segundo Everton Oliveira, coordenador do órgão no Estado, a responsabilidade é do Instituto Nacional de Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que realiza o exame no País.