Com grande pesar informamos o falecimento do querido amigo, histórico militante da causa da pessoa com deficiência, Luiz Baggio Neto. O velório é hoje dia 08.11, no Cemitério Gethsêmani (Morumbi, capital) até às 15h. Depois seguirá para o Cemitério Vila Alpina, onde será cremado.
BiografiaFormado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), com carreira profissional de editor de livros desenvolvida ao longo de 28 anos. Com deficiência física por seqüela de Poliomielite, Luiz Baggio vem atuando como ativista do movimento de pessoas com deficiência desde 1981, tendo assessorado projetos relativos a acessibilidade para a ABNT, o Governo do Estado de São Paulo, a Prefeitura de São Paulo, além de empresas e organizações civis. Em 2006, recebeu a indicação para o “Prêmio Santo Dias” de Direitos Humanos, da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
Recentemente atuou como Diretor do Instituto Brasileiro da Diversidade e fundou e presidiu a Associação Brasileira de Síndrome Pós-Poliomielite até 2008.
Entrevista com Luiz Baggio Neto publicada em 2005 pela Revista Época.
A Associação Brasileira de Síndrome Pós-Pólio (Abraspp) foi criada há um ano. O presidente da associação, o paulistano Luiz Baggio Neto, de 50 anos, teve poliomielite com dois anos de idade, quando não havia vacina no Brasil, e ficou tetraparético (com paralisia nos quatro membros, mas sem perda total dos movimentos). Apesar de sempre ter andado em cadeira de rodas, suas seqüelas eram estáveis, até que notou ter perdido agilidade nos movimentos. A angústia que sentiu após uma consulta na Escola Paulista de Medicina, quando descobriu que tinha a síndrome pós-pólio, não impediu que começasse a lutar pelos direitos dos portadores da desconhecida doença. “Gostaria de me dedicar exclusivamente à causa”, diz Baggio, que é editor de livros.
ÉPOCA – A síndrome pós-pólio é um problema de saúde pública, no Brasil?
Luiz Baggio Neto – Sim, pois o Estado foi irresponsável quanto à vacinação contra poliomielite antes dos anos 80. Também porque os pacientes que tiveram pólio na infância estão desenvolvendo síndrome pós-pólio, e não há estrutura na saúde pública para diagnosticar e atender essas pessoas. Setores da saúde estão sensíveis à questão, mas não há ações adequadas.
Luiz Baggio Neto – Sim, pois o Estado foi irresponsável quanto à vacinação contra poliomielite antes dos anos 80. Também porque os pacientes que tiveram pólio na infância estão desenvolvendo síndrome pós-pólio, e não há estrutura na saúde pública para diagnosticar e atender essas pessoas. Setores da saúde estão sensíveis à questão, mas não há ações adequadas.
ÉPOCA – Quais são as reivindicações da Abraspp?
Luiz – Que o Estado desenvolva uma política efetiva de atenção aos portadores. Queremos um sistema de previdência especial, pois, comparando com outras deficiências, a síndrome debilita muito mais os pacientes, por ser uma doença degenerativa. Queremos isenções especiais de impostos, devido à necessidade de atendimento médico e aos equipamentos necessários. Mas o que buscamos essencialmente é cobrar do Estado a responsabilidade pelos danos a que quem teve pólio foi submetido e é submetido hoje com a síndrome.
Luiz – Que o Estado desenvolva uma política efetiva de atenção aos portadores. Queremos um sistema de previdência especial, pois, comparando com outras deficiências, a síndrome debilita muito mais os pacientes, por ser uma doença degenerativa. Queremos isenções especiais de impostos, devido à necessidade de atendimento médico e aos equipamentos necessários. Mas o que buscamos essencialmente é cobrar do Estado a responsabilidade pelos danos a que quem teve pólio foi submetido e é submetido hoje com a síndrome.
ÉPOCA – O que você diria a alguém que descobriu recentemente que tem síndrome pós-pólio?
Luiz – Uma mensagem de alerta e de esperança, ao mesmo tempo. Daria uma dica para poupar energia para preservar suas capacidades. Diria então que as pesquisas com células-tronco indicam um destino promissor, pois estão trazendo muitas respostas. Essas pessoas lutaram a vida toda para vencer o preconceito e superar limites. É hora de projetarem um futuro e buscarem maior qualidade de vida.
Luiz – Uma mensagem de alerta e de esperança, ao mesmo tempo. Daria uma dica para poupar energia para preservar suas capacidades. Diria então que as pesquisas com células-tronco indicam um destino promissor, pois estão trazendo muitas respostas. Essas pessoas lutaram a vida toda para vencer o preconceito e superar limites. É hora de projetarem um futuro e buscarem maior qualidade de vida.
Fontes: Revista Época; Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência
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